Bruno alcantara

Mais de 6 anos de experiência em TI, com foco em desenvolvimento de software e metodologias ágeis. Especialista em Soluções Cloud na IBM, com foco em Bluemix, SoftLayer & Aspera. E escritor no blog CloudDicas.com - http://www.clouddicas.com


Cadê a minha Nuvem?

Os desafios de negócio estão colocando cada vez mais pressão sobre a infraestrutura de TI, e as empresas se voltam à computação em nuvem para fornecer serviços de TI. Ao buscar valor de negócio na cloud, muitas empresas estão descobrindo que a nuvem não é um destino único, mas sim uma jornada que gera benefícios durante o caminho.

Uma das dúvidas mais recorrentes das empresas ao pensar em adotar o modelo Cloud em sua infraestrutura tem sido qual tipo de Cloud utilizar e como usufruir de todos os seus benefícios. Nesse artigo iremos abordar dúvidas frequentes como:

• Qual tipo de Cloud utilizar: Pública, Privada ou Híbrida?

• Como a escolha da região do Data Center influenciará na perfor mance e custo final da infraestrutura?

Antes disso, é preciso entender o conceito de Cloud que, por definição da NIST (National Institute for Standards in Technology), diz que a nuvem deve ter algumas características essenciais como: Serviços de TI por demanda e em self-service, amplo acesso via rede, um repositório de recursos e serviços de capacidade bastante elástica de rápida expansão, serviços mensuráveis e automatizados.

Um dos erros mais comuns na migração para a nuvem é tentar copiar exatamente a infraestrutura existente para a nuvem, o que muitas vezes não faz sentido. Porque quando falamos em cloud, falamos de flexibilidade, controle e escalabilidade, premissas da IBM SoftLayer, e ao copiar o ambiente existente não há uma melhoria efetiva, só mudança de lugares, desperdiçando um dos maiores benefícios da nuvem que é a ELASTICIDADE. Quando utilizamos um servidor físico, raramente utilizamos 100% da sua capacidade, já em Cloud há um consumo do que realmente é utilizado, aumentando e diminuindo a infraestrutura em nuvem conforme a necessidade, por essa razão que Cloud muitas vezes é associada a redução de custos. Uma solução para este problema é realizar a análise do ambiente atual, definindo o que é crítico do que não. Mas também é preciso saber se as aplicações que serão migradas estão prontas ou se foram feitas para rodar na nuvem.

Crítico: Sistemas onde uma alteração ou somente um erro poderá ocasionar grandes perdas monetárias, com consequências jurídicas; sistemas que rodem em ambientes com políticas específicas de segurança e sistemas que por legislação local não podem ter seus dados armazenados fora do seu país. Nesses casos geralmente o fluxo de trabalho é mais crítico e precisam de uma análise maior da equipe de TI definindo uma adequação entre os modelos de Cloud Privada ou Cloud Híbrida, pois a nuvem privada considera a cultura corporativa, respeitando as políticas e objetivos da empresa, ganhando flexibilidade sem perder controle. Nesse caso a nuvem é construída e mantida nos domínios do cliente, por isso a denominação de nuvem privada;

Não crítico: Aplicativos ou Sistemas onde uma alteração ou erro não trará consequências ou perdas significativas para empresa, eventualmente poderá causar insatisfação e reclamação por conta do usuário, mas com possibilidades de correções e melhorias rápidas. Ou aplicações que precisam ser lançadas rapidamente ao mercado, que se fossem construídas no modelo tradicional de TI não conseguiriam ser lançadas ao mercado com a mesma velocidade. Esse tipo de aplicação é melhor utilizado na Cloud Pública ou Híbrida, sendo a Híbrida uma conexão entre a Cloud Privada e Pública;

Para descobrir se a sua aplicação está pronta ou não para ir para a nuvem eu sugiro que leia o artigo escrito recentemente por um dos meus colegas de trabalho, o Julio Sene no CloudDicas: Minha aplicação roda em nuvem? Nele são definidos com clareza alguns tipos de aplicações: Incompátível, roda em Cloud, foi cloudficada e feita para Cloud;

Outro aspecto importante a ser considerado é a localização do Data Center, esse aspecto se não for analisado com cautela pode gerar custos excessivos, perda de desempenho e até mesmo gerar não conformidade com alguma instrução normativa. Para fazer a escolha correta da região do Data Center eu vou exemplificar em 3 situações diferentes:

1. Sistemas críticos a latência, ou seja, o envio e recebimento de informações de um lugar para o outro precisam ser muito baixos, pois isso pode acarretar em falhas no sistema e perdas de desempenho. Nesse caso é melhor utilizar um Data Center próximo, no mesmo estado ou país, em alguns casos criando uma conexão dedicada entre o Data Center e a empresa;

2. Um sistema de gerenciamento hospitalar, onde os dados dos pacientes precisam ficar em território nacional. Ou um sistema com informações governamentais, que por norma precisa ter as informações dentro do país. Nesse caso o Data Center precisa estar no país, caso contrário, a empresa ou instituição estará em não conformidade com alguma norma, podendo ser multada;

3. Sistemas webs, sistemas gerenciadores, aplicativos móveis, que não são críticos à latência e que não precisam manter informações em território nacional. Esse tipo de fluxo de trabalho roda muito bem em um Data Center fora do país, de preferência em uma região onde o custo de operação seja mais baixo. Normalmente quando fazemos a escolha da região do Data Center é informada qual é a taxa do país, que está relacionada ao custo operacional de se manter um Data Center naquela região.

Em relação a este tema nós temos uma novidade, que é a inauguração de um novo IBM Cloud Data Center, no interior do estado de São Paulo, situado na cidade de Jundiaí. Isso é uma iniciativa muito positiva da IBM pois mostra que a empresa continua investindo no país. É indispensável falar da importância que um investimento como esse traz para o Brasil. O investimento faz parte do montante de US$ 1.2 bi que a IBM anunciou em 2014, referente a expansão global da Cloud da IBM pelo mundo. Além do capital intelectual, uma infraestrutura como essa contribui para fomentar o ecossistema tecnológico e de inovação do país.

Essa nova oferta da IBM gera novas oportunidades de negócio para trabalhar com computação em nuvem, tanto para a IBM quanto para os seus parceiros de negócio. A nova oferta possibilitará empresas que não podiam ter seus dados armazenados fora do país e para empresas das quais os sistemas são críticos a latência, a adotarem computação em nuvem, dando abertura para trabalhar com Cloud Pública, Híbrida e até mesmo com os Serviços de Nuvem Gerenciada já oferecidos no Data Center de Hortolândia.

É importante analisar todos os aspectos antes de fazer a migração para cloud, evitando dores de cabeça futuras. A computação em nuvem veio para simplificar o modelo tradicional, algumas vezes ajudando as empresas na redução de custo, abrindo portas para a transformação digital, alavancando as empresas para trabalharem em novas oportunidades de negócio.

É preciso inovar! Atingir novos objetivos fazendo a mesma coisa nem sempre é fácil, por isso a tecnologia está sempre se reinventando para fornecer novas ferramentas, pois com elas fica mais fácil de se tornar inovador.