por Cesar Schaeffer* 

O futuro da mobilidade urbana já começou a ser traçado na Califórnia. E não há mais volta (nem dúvidas), o futuro é mesmo dos autônomos – era em que deixaremos definitivamente de dirigir para sermos apenas conduzidos; quando tudo der certo, com índice zero de acidentes. 

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Com a missão de acelerar o desenvolvimento tecnológico e encontrar respostas para tantas questões que envolvem tirar o ser humano de trás do volante, um ecossistema de empresas de diversas partes do mundo se reuniu na região do Vale do Silício, berço internacional de inovação e tecnologia. A máxima por aqui é: aplicar recursos tecnológicos e muita inteligência para que os carros, sozinhos, possam tornar o trânsito mais seguro e eficiente nos quatro cantos do mundo.

 O desafio é tão grandioso quanto a promessa. Afinal, como integrar veículos autônomos na sociedade e não levar uma eternidade para isso? Não dá para simplesmente adaptar ou mudar tudo, construir novas estradas, novas cidades; impossível. Ou seja, os autônomos vão ter que, de alguma forma, se encaixar na nossa realidade. Isso não vai demorar e cada empresa tem sua visão da melhor forma para que essa seja uma convivência sadia. 

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Uma lição que vem do Espaço 

A japonesa Nissan reuniu cientistas e engenheiros no seu centro internacional de pesquisa no Vale do Silício. Em uma parceria com a agência espacial norte americana, a grande aposta da marca para o futuro (próximo) dos autônomos está na operação remota – algo similar ao que acontece hoje nas torres de controle dos aeroportos mundo afora. A proposta é usar a mesma tecnologia que a NASA aplica para comandar seus robôs em Marte para controlar os veículos autônomos aqui na Terra. 

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O projeto liderado pelo cientista Maarten Sierhuis, diretor do Centro de Pesquisa da Nissan e ex-pesquisador da NASA, promete combinar inteligência artificial embarcada no veículo com intervenção humana. A iniciativa vai permitir que veículos autônomos tomem decisões em situações imprevisíveis a partir de comandos de seres humanos em grandes centrais de controles e, através da conectividade e inteligência artificial, repasse o comando para outros veículos robóticos. É como, se por exemplo, um carro autônomo tivesse que desviar de um bloqueio. O primeiro que encontrar o obstáculo receberá o comando da central e, consequentemente, todos os outros “aprenderão” com a ação. 

A princípio, a ideia é que cada operador seja responsável por cinco veículos autônomos nas ruas. Mas, com o passar do tempo e o aprendizado das máquinas, esse número pode chegar a 100 veículos robôs por ser humano. A Nissan acredita que esse é o formato que vai acelerar a chegada dos autônomos às ruas, uma vez que estarão prontos para lidar com qualquer situação de trânsito do dia a dia. Já existe até data para o lançamento da primeira frota de veículos robóticos mundial: 2025. 

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*o jornalista viajou a convite da Nissan