Depois de um trimestre de queda em seu setor mobile, a Samsung está em busca de novas áreas para investir contornar a desaceleração no mercado de smartphones. A empresa revelou nesta quarta-feira que planeja investir cerca de 22 bilhões de dólares (equivalente a 86 bilhões de reais) nos próximos três anos em quatro áreas específicas: inteligência artificial, 5G, componentes eletrônicos para carros e tecnologias para o setor biofarmacêutico.

O dinheiro virá principalmente da Samsung Electronics, subsidiária responsável pela fabricação de smartphones e semicondutores, dois dos negócios mais lucrativos da marca. Esse total fará parte de um investimento ainda maior planejado pela empresa. Os sul-coreanos pretendem gastar 160 bilhões de dólares (quase 600 bilhões de reais) nos próximos três anos, focando principalmente nas áreas de semicondutores e telas.

A Samsung não especificou quanto do montante será dedicado a cada área. Mas a ideia é simplesmente fortalecer os setores que, na visão dela, garantirão o crescimento da empresa no futuro. Esse ponto de vista otimista é compartilhado pelo mercado, principalmente em relação à inteligência artificial e ao 5G, duas tecnologias em ascensão.

Expectativa alta

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Para a IA, a SAP prevê que, até 2020, a tecnologia estará presente em tudo — o que já é um sinal de que as empresas de fato não podem ficar de fora do setor. Uma pesquisa da Accenture acredita também que a IA será tão importante no mercado que as mudanças provocadas por ela poderão dobrar o crescimento econômico de alguns países até 2035.

No caso do 5G, a consultoria McKinsey prevê que os gastos de operadoras de rede com infraestrutura vão precisar crescer muito para acompanhar a demanda — outra oportunidade para a empresa sul-coreana. A Qualcomm, com quem a Samsung poderá rivalizar nesse ramo (e também no de veículos conectados), acredita que a tecnologia vai gerar 22 milhões de empregos e produzir até 12,3 trilhões de dólares em bens e serviços até 2025.

Os carros inteligentes não ficam muito atrás no otimismo. Ainda em 2014, a McKinsey também já acreditava que o valor de mercado para componentes de conectividade e serviços saltaria dos cerca de 34 bilhões de euros da época para quase 200 bilhões em 2020. E mesmo o mercado biofarmacêutico, no qual a empresa sul-coreana já atua, deverá passar da marcas dos 220 bilhões de dólares, na estimativa da Bloomberg.