O Google pode ter problemas com a justiça americana por supostamente violar a privacidade de seus usuários. Um homem de São Diego, na Califórnia, está processando a gigante de buscas por armazenar dados de localização mesmo após este optar por não compartilhar este tipo de informação. Além disso, ativistas estão pressionando o governo dos Estados Unidos para punir a empresa.

Revelado pela Associated Press, o escândalo envolvendo o Google está ligado ao armazenamento do histórico de localização do usuário. Segundo a agência, a gigante de buscas guarda os locais visitados mesmo após a pessoa desligar o rastreamento na central de privacidade da conta. Após a divulgação do caso, o Google alterou seu site para esclarecer que “alguns dados de localização podem ser salvos como parte da sua atividade em outros serviços, como a busca e o Maps”. A mudança, porém, não parece ter surtido efeito.

De acordo com a publicação do Ars Technica, o processo foi aberto na última sexta-feira, 17, na corte federal de São Francisco em nome de um homem chamado Napoleon Patacsil. A ação argumenta que o Google violou a Lei de Invasão de Privacidade da Califórnia e o direito constitucional a privacidade do estado. Os advogados procuram ainda transformar o caso em uma ação coletiva em nome dos “milhões de americanos” que tiveram sua localização gravada apesar de optarem por não registrar as informações.

No mesmo dia, juristas do Centro de Privacidade de Informação Eletrônica escreveram uma carta aberta para a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos. Nas três páginas do documento, os advogados argumentam que as práticas do Google violaram um acordo entre a empresa e a agência em 2011. Na época, a gigante de buscas prometeu não deturpar instruções relacionadas às informações coletadas e nem sobre os controles de usuários.

publicidade

O Ars Technica reforçou ainda que, até a divulgação da história, o Google dizia apenas que o usuário poderia desligar o histórico de localização a qualquer momento, evitando que os dados fossem armazenados. No entanto, tudo indica que a empresa não cumpriu a sua promessa e pode acabar tendo sérios problemas com as autoridades.