Na última semana, a Microsoft liberou uma atualização emergencial do Windows 10 para corrigir uma falha no Internet Explorer. Sim, o IE, aquele navegador que a maioria nem lembra que está instalado no PC. Como se isso não fosse problema o bastante, o update ainda está fazendo com que alguns computadores sejam incapazes de ligar.

O problema foi detectado em alguns modelos de notebooks da marca Lenovo, que tenham menos de 8 GB de memória RAM. O bug chegou até mesmo a ser reconhecido pela própria Microsoft em uma página do suporte oficial da empresa.

Apesar da gravidade, o problema parece ser limitado a um grupo pequeno de usuários. Isso porque o bug parece estar vinculado a uma versão antiga do Windows 10: trata-se da atualização de aniversário do sistema lançada no segundo semestre de 2016. Quem usa notebooks Lenovo com menos de 8 GB de RAM e não atualizou o Windows desde então está sujeito a problemas.

Existem alguns motivos para que alguém se mantenha preso a essa versão antiga do Windows 10 além da pura preguiça de realizar uma atualização. As maiores vítimas são os usuários de processadores Intel Atom da geração Clover Trail, que perderam a capacidade de rodar as versões posteriores à do segundo semestre de 2016. Os dispositivos ainda recebem atualizações de segurança, mas não recebem mais os novos recursos que são lançadas a cada seis meses por incompatibilidade.

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Para quem está passando por isso, existe uma solução temporária, que é reiniciar o computador utilizando a UEFI e desabilitar o Secure Boot. Para quem tem o BitLocker ativado, também pode ser necessário utilizar o recurso de recuperação após o Secure Boot ser desabilitado. A Microsoft também diz que está trabalhando em uma solução.

Mas por que não abandonar o Internet Explorer de vez?

Nada disso teria acontecido se a Microsoft não tivesse o IE instalado em todos os PCs com Windows 10, mas qual é a lógica de manter o navegador já tão ultrapassado lado a lado com o Edge? A explicação é simples: compatibilidade.

A Microsoft preza muito por garantir que programas e arquivos antigos continuem funcionando normalmente em novas versões de seus sistemas (o maior exemplo disso é que arquivos do Word 1.0 ainda são reconhecidos pelo Office em 2018). Infelizmente, até hoje existem sites e serviços que funcionam apenas no Internet Explorer. Como o Edge é completamente diferente em sua base do IE, a empresa não teve outra escolha a não ser manter o navegador antigo no Windows 10.

Também é interessante notar que até hoje, o Edge não conseguiu conquistar o público usuário do Windows. Segundo o site StatCounter, o IE é usado por 5,38% dos usuários de PC, enquanto o Edge é usado por apenas 4% dos desktops, o que mostra que ainda não é possível para a Microsoft abandonar o IE com a consciência limpa.